segunda-feira, 13 de julho de 2015

Livros criativos






   Os livros da categoria – faça você mesmo – sempre me despertam interesse. A biblioteca da escola pode disponibilizar esse tipo de livro, porém nem sempre possui esses livros. Depois de um certo tempo a bibliotecária da escola apresentou um livro desse tipo. O livro se tornou especial, era grosso, com inúmeras fotografias e dicas, com ele aprendi muito.
   Passei a conhecer ferramentas novas, e isso aguçou a criatividade para construir ferramentas. Quando conheci o macete, já não precisava mais utilizar um martelo para bater em um formão. O meu primeiro macete foi especial, o fiz a partir de um pedaço de jatobá bem avermelhado, e cerne de candeia para o cabo, depois de pronto me dei conta do quão bom é criar coisas.
   Emprestei esse livro inúmeras vezes. Certa vez meu pai resolveu fazer um jogo de peças de xadrez indicado pelo livro, muito feliz o ajudei nessa tarefa.  Até hoje tenho em minha mente a rapidez com que as peças foram confeccionadas, para as peças claras foi utilizado ipê-amarelo que foi encerado para não escurecer. As peças escuras tiveram a sorte de serem confeccionadas com jacarandá que também foi encerado para conservar sua nobre aparência.
  Nesse dia aprendi como a habilidade de criar pode ser útil para tudo, temos que improvisar quando há dificuldades ou não se tem determinada ferramenta. Ao olhar para as peças de xadrez me dou conta de que criar é sem sombra de dúvida motivo de alegria, todos nós gostamos de dizer: Eu fiz! Ou : Ajudei a fazer!

sábado, 4 de julho de 2015

Lápis apontado



   Sempre vi os lápis de meu pai apontados de modo diferente, eles tinham a parte apontada mais longa. Por muito tempo pensei que isso fosse um costume de carpinteiros apontarem seus lápis, já que a ponta mais alongada permite praticidade.

    Ao aventurar em desenhos, descobri que ter a ponta mais longa é costume dos profissionais de desenho, raramente um desenhista profissional usa um apontador para apontar lápis, o estilete embora demore mais, tem suas vantagens.

    Muitas vezes temos que nos adaptar ao modo rápido de fazer as coisas, mas determinadas vezes conservamos velhos hábitos porque nos dão prazer ou traz recordações dos tempos em que tudo era fascinante: - cortar, serrar, desbastar, cheirar, ver a beleza de qualquer pedaço de madeira. Quando olho para a ponta do meu lápis recém-apontado tento discernir se foi utilizado o alburno, o cerne ou até a parte resinosa da madeira (geralmente pinus). Quando as condições são favoráveis à imaginação penso até em como seria a área de reflorestamento dos pinus já que em meu lápis há a inscrição: “Madeira reflorestada.”

    Por hábito, antes de desenhar aponto meu lápis, o que se assemelha a esculpir um pedaço de madeira.